quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Uma reflexão sobre o momento político brasileiro e a educação

Vivemos hoje um turbilhão de acontecimentos importantes e relevantes no cenário nacional. A política nacional está implodindo e explodindo simultaneamente.
Os noticiários falam de crimes, investigações, prisões, delações (colaborações) e é claro, agora, das paralimpiadas.
Todas essas questões são extremamente importantes e necessárias na discussão nacional, mas, e esse é um "mas" muito temeroso, outros assuntos tão importantes quanto estão ficando à margem sem que decisões importantes sejam tomadas, ou o que é pior, as decisões estão sendo tomadas à revelia da sociedade organizada.
Falando especificamente sobre a área de minha atuação, a educação, nada se tem visto nos últimos meses de avanços importantes para esse setor. O MEC que é o responsável máximo por propor e efetivar a modernização da educação está, simplesmente, estagnado no tempo.
Dezenas de instituições de ensino superior aguardando autorizações e portarias que não são publicadas, cursos carecendo de reconhecimento, projetos importantes totalmente parados e engavetados.
Volto a dizer, todas as questões são importantes, mas uma não pode preterir da outra. Não podemos parar o país até que a política assente ou os políticos resolvam voltar a tratar de outras questões que não sejam exclusivamente as de cunho pessoal e partidário.
Pode parecer um eco essa minha voz, mas vou ecoar enquanto eu entender que é necessário: SEM EDUCAÇÃO NÃO HÁ PAÍS ORGANIZADO E LIVRE DE MAZELAS.

Prof. Charlie

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Qual curso fazer na faculdade?

Mui­tos sofrem para esco­lher qual car­reira seguir depois de con­cluído o ensino médio. Infe­liz­mente a grande inter­ro­ga­ção per­ma­nece durante a facul­dade — será que eu estou no curso certo?
Você sabe que esta res­posta é um grande e sonoro NÃO quando:
i) Você entra na facul­dade e, como acon­tece em qual­quer curso, as maté­rias cha­tas vêm nos pri­mei­ros anos, mas você tem espe­rança nas maté­rias legais e avan­ça­das do fim do curso. No sexto e último ano, dois além do suge­rido para se for­mar naquela cate­go­ria, você ainda não achou nenhuma maté­ria legal;
ou
ii) Você está no último ano de Física, vai a uma loja de livros usa­dos e gasta R$80,00 em livros sobre ambi­en­ta­lismo, sani­ta­rismo e psi­co­lo­gia. O único livro na pra­te­leira de física que lhe inte­res­sou cus­tava R$3,00 e se cha­mava “Ele­fan­tes pulam?”.
Triste, mas acon­te­ce muito

A Teoria do Nada (baseada em nada mesmo)

Vivemos um período, que ja vem perdurando demais, de total ausência do senso crítico individual e a prevalência da utilização máxima do senso comum.
Na educação isso não é diferente e muitas vezes se agrava ainda mais, pois criamos ou criaram para nós "mitos" que não erram e não podem ser questionados, sob pena de sermos tachados de elitistas ou adjetivos ainda piores.

Tenho presidido bancas para defesa de dissertação e obtenção do título de mestre faz um bom tempo e algo quase permanente nas dissertações apresentadas é a utilização como referencial teórico o escritor Paulo Freire.

O que me preocupa não é a simples utilização de Freire como referencial teórico na área da educação, mas o fato de que nas arguições aos mestrandos é praticamente um pecado capital questionar as teorias das "pedagogias" do senhor Paulo Freire. Como se tudo que ele escreveu e pregou estivesse totalmente acima, e muito acima, de qualquer forma de questionamento e, ninguem ou nada, está acima de ter o que falou ou escreveu questionado, até mesmo este artigo e este escritor.

A hegemonia normalmente se dá pela formação de consensos. O que é tido como consenso fica fora de debates. Torna-se um pressuposto. Intocável e não passível de discussões. Esse consenso não é um fato que demanda superação e não incita dúvidas. Via de regra ele passa sem ser notado e guardam intimidade com o segredo que ignora o belo das diferenças e mascara a realidade dos conflitos.

Se realmente queremos nos tornar e educar uma geração pensante e crítica, devemos acima de tudo aprender a pensar "fora da caixa" ideológica que nos é imposta por quem quer que seja.

Para nossa reflexão (ou não).

Prof. Charlie